Mobiliza-te, actua, pressiona!
Uma em cada seis pessoas no mundo vive em condições de pobreza extrema, não tem acesso a medicamentos nem à educação básica. Por outro lado, 12% da população global -o grupo dos 22 países mais ricos do mundo, em que se inclui Portugal - consome 80% dos recursos naturais disponíveis.
O desafio da nossa geração é acabar com a pobreza extrema e com as desigualdades. Temos meios e tecnologias suficientes para garantir que toda as pessoas deste planeta possam usufruir de níveis básicos de nutrição, saúde e educação.
A Campanha PobrezaZero apela à sociedade portuguesa para que se mobilize, actue e pressione o Governo Português para que mantenha as suas promessas de:
O que são os Objectivos do Milénio?
Em 2000, durante a assembleia geral da ONU, 189 chefes de Estado e de Governo assinaram a Declaração do Milénio que levou à formulação de 8 objectivos de desenvolvimento específicos, a alcançar até 2015.
Estes objectivos podem ser vistos de duas formas.
Do objectivo 1 ao objectivo 7, definem-se as prioridades em termos de desenvolvimento básico a serem alcançadas nos próprios Países em Desenvolvimento. De facto, a realidade é que as populações de muitos daqueles Países não têm acesso a um sistema de educação condigno, a água potável e aos cuidados de saúde básicos.
O objectivo 8 indica qual o papel que os Países Mais Ricos devem desempenharem para ajudar os Países em Desenvolvimento: mais e melhor ajuda para o desenvolvimento, perdão da dívida externa dos Países Mais Endividádos e mudança das regras do comércio internacional.
E este é também o papel de Portugal, como um dos Países Mais Ricos do mundo.
1- Reduzir para metade a pobreza extrema e a fome Somos quase 6 mil milhões de habitantes neste planeta. 1,2 mil milhões de nós sobrevive em condições de extrema pobreza, isto é, vive com menos de 0,85 euros por dia.
2- Alcançar o ensino primário universalCerca de 115 milhões de crianças no mundo não vão à escola. 876 milhões de pessoas no mundo são iletradas, dois terços das quais são mulheres.
3- Promover a igualdade entre os génerosDois terços dos analfabetos no mundo são mulheres e 80% dos refugiados são mulheres e crianças. Em muitos países as mulheres não têm direito à herança do marido, ficando desamparadas quando ele morre, não têm direito de voto nem de se associar nem de escolher o marido.
4- Reduzir em 2/3 a mortalidade de crianças Para além dos 6,3 milhões de crianças que morrem de fome anualmente mais 13 milhões morrem antes de atingirem os cinco anos por causas evitáveis, tais como diarreia.
5- Reduzir em 3/4 a taxa de mortalidade materna Mais de 500.000 mulheres morrem, por ano, durante a gravidez ou o parto: 99% destas mortes ocorrem em países em desenvolvimento.
6- Combater o VIH/SIDA, a malária e outras doenças 1 milhão de pessoas morre por ano de malária e mais 2 milhões depessoas morrem de tuberculose. Estima-se que entre 34 a 46 milhões de pessoas vivem com SIDA/HIV e entre 2,5 e 3,5 milhões de pessoas morreram de SIDA em 2003.
7- Garantir a sustentabilidade ambiental 2 mil milhões de pessoas no mundo não têm acesso a fontes de energia regulares. 1000 milhões de pessoas no mundo não têm acesso a água potável. 2,4 mil milhões de pessoas no mundo não podem contar com a melhoria do seu sistema sanitário.
8- Criar uma parceria mundial para o desenvolvimento 15% da população mundial vive nos países ricos, embora sejam responsáveis por 50% das emissões de carbono no mundo e 20% da população mundial consome 80% dos recursos do nosso planeta. Nos próximos 25 anos a população mundial vai aumentar de 6 para 8 mil milhões de habitantes, mas a maioria vai nascer nos países mais pobres. Muitos países pobres gastam mais com os juros da dívida externa do que com a resolução dos seus problemas sociais.
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A iniciativa mundial “Levanta-te contra a pobreza”,
uma das acções que assinala o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza
A Campanha Pobreza Zero, que organiza a acção em Portugal, iniciou as inscrições para esta iniciativa há cerca de três semanas, estando prevista a realização de mais de duas mil acções em vários pontos do país.
Este ano, 45 mil portugueses já estão inscritos na iniciativa, um número de participantes que mais do que duplica os valores atingidos em 2006, em que cerca de 20 mil pessoas aderiram à acção no nosso País.
No ano passado, a participação mundial nesta iniciativa foi de 23,5 milhões de pessoas, numa acção que teve por objectivo recordar aos líderes mundiais que a cada dia que passa 50 mil pessoas morrem de pobreza extrema, que o fosso entre ricos e pobres é cada vez maior e que os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, assumidos pelos governos nas Nações Unidas de reduzir para metade a pobreza extrema até 2015, estão em risco.
A campanha Pobreza Zero foi lançada pela OIKOS em 2005, o ano da Cimeira da ONU do Milénio + 5, da reunião do G8 na Escócia onde foram perdoadas dívidas de vários países pobres e da Cimeira da OMC, onde se discutiram também importantes questões do comércio internacional.
Actualmente a campanha é desenvolvida em parceria com outras organizações, como a Amnistia Internacional, os Médicos do Mundo e a Quercus.
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